Na ‘escuridão’ do Morenão, Brasil empata com a Venezuela na despedida

Time comandado por Dunga tem atuação apagada e não consegue sair do zero em Campo Grande. Rivais estão eliminados da Copa do Mundo

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A seleção brasileira não saiu do zero com a Venzuela na despedida das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Na penumbra do Morenão, em Campo Grande, o time comandado por Dunga teve uma atuação tão apagada quanto a péssima iluminação do estádio. Com um jogador a menos desde os dez minutos do segundo tempo, quando Miranda foi expulso, o time canarinho não conseguiu repetir as melhores atuações que teve na competição.

Classificado para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, o Brasil volta a campo no dia 14 de novembro, contra a Inglaterra, em um amistoso internacional, em Doha, no Qatar. A Venezuela está fora do Mundial. Com 34 pontos, o time canarinho terminou na liderança das eliminatórias. A Venezuela encerrou sua participação com 22 pontos.

Seleção joga melhor na etapa inicial, mas não consegue sair do zero

A partida começou morna. Enquanto os brasileiros tentavam chegar ao ataque, os venezuelanos atuavam recuados, buscando chegar ao gol de Julio César nos contra-ataques. O primeiro lance de perigo aconteceu apenas aos 20. Maldonado cobrou escanteio e quase marcou um gol olímpico.

Alexandre Cassiano/O Globo

Até os 23, a partida foi muito fraca. Mesmo assim, o torcedor na arquibancada fazia a festa. Seja com a “ola” ou cantando músicas de incentivo para o time canarinho. Quatro minutos depois, Di Giorgio arriscou da intermediária, e Julio César defendeu com segurança. Aos 31, Nilmar recuperou uma bola no meio-campo e tocou para Kaká, que arrancou em velocidade. Na entrada da área, o meia foi derrubado. Falta assinalada pelo árbitro. Na cobrança, o jogador do Real Madrid rolou para Luis Fabiano, que errou a pontaria por muito pouco.

O time brasileiro seguiu no ataque e aos 33 teve uma outra ótima chance. Maicon cruzou da direita na cabeça de Luis Fabiano. O atacante subiu mais do que os defensores e cabeceou por cima do goleiro Vega, que apenas observou a bola bater na rede pelo lado de fora. Quatro minutos depois, outra bela jogada da seleção. Maicon tabelou com o Fabuloso e tocou para Kaká. O meia foi travado no momento do chute.

Luis Fabiano era um dos melhores em campo e quase aproveitou ótimo lançamento de Kaká. Aos 39, o Fabuloso recebeu dentro da área, tentou driblar o goleiro e caiu na área em lance duvidoso. O árbitro peruano Victor Carrillo mandou o jogo seguir. Cinco minutos depois, Arango aproveitou excelente cruzamento e cabeceou para uma ótima defesa de Julio César.

Kaká quase marca um golaço no fim da partida

O Brasil voltou melhor para o segundo tempo. Logo aos dois minutos, Nilmar aproveitou toque de Kaká, já dentro da área, dominou e chutou de primeira. O goleiro Vega pegou com segurança no meio do gol. Aos oito, o lance mais claro de gol do jogo. Filipe Luís cobrou escanteio na cabeça de Luis Fabiano. O atacante subiu mais do que a zaga e testou com força. A bola pegou no pé da trave. Na sobra, Maicon chutou prensado, e a zaga afastou o perigo.

Alexandre Cassiano/O Globo

Aos dez, o árbitro peruano viu uma cotovelada de Miranda em Maldonado e expulsou o zagueiro brasileiro. Ao deixar o campo, o jogador foi aplaudido pelo torcedores de Campo Grande. Mesmo com um a menos, a seleção seguiu melhor na partida. Aos 14, Ramires recebeu na entrada da área e chutou por cima do gol venezuelano.

Luis Fabiano teve uma ótima oportunidade de balançar a rede aos 19. Maicon cruzou da direita, a bola passou pelos defensores da Venezuela e sobrou para o Fabuloso. O atacante dominou, girou em cima de um zagueiro e chutou para boa defesa de Vega. O camisa 9 teve mais uma chance em um outro cruzamento da direita. Ele tocou por cima do arqueiro rival, e a zaga tirou em cima da linha.

Disposto a encerrar as eliminatórias com chave de ouro, Dunga fez duas substituições seguidas. Ele sacou Filipe Luís e Ramires e apostou nas entradas de Alex e Elano. O time seguiu tentando chegar ao gol, mas pecava nos seguidos erros de passe.

Nos acréscimos, Kaká recebeu um ótimo lançamento pelo lado esquerdo, cortou um zagueiro e colocou fora do alcance do goleiro. A bola caprichosamente bateu no pé da trave de Vega.

Peruanos cogitam não viajar e perder por WO para Argentina, diz jornal

Segundo ‘El Bocon’, atletas da seleção do Peru só vão a Buenos Aires se receberem os US$ 6 mil (R$ 10,5 mil) que a federação local deve a cada um

Lanterna nas eliminatórias sul-americanas e já sem chance de ir à Copa do Mundo, a seleção peruana pode se despedir de forma ainda mais amarga do torneio qualificatório. Segundo publica nesta quarta-feira o jornal peruano “El Bocon”, os jogadores do Peru cogitam não viajar à Argentina para o jogo de sábado. Se de fato não forem, os peruanos perderão por WO.

Reprodução/Reprodução

Reprodução da edição eletrônica do jornal peruano ‘El Bocon’, que noticia a possibilidade de WO

De acordo com o jornal, o grupo de jogadores está insatisfeito com dívidas da federação local. O acordado, ainda segundo a publicação, é o pagamento de US$ 1,5 mil a cada atleta por partida da seleção. O valor não teria sido pago nos últimos dois jogos e os atletas querem receber adiantado os próximos dois (portanto, cobram US$ 6 mil – R$ 10,5 mil cada).

O “El Bocon” revela que os atletas já fizeram um pacto para não viajarem em caso de não pagamento da dívida. Depois de encarar a Argentina, sábado, em Buenos Aires, a seleção peruana encerra sua participação nas eliminatórias contra a Bolívia, quarta-feira, em Lima.

Na história do confronto entre peruanos e argentinos, um deles, na Copa de 1978, até hoje é alvo de polêmica. Na ocasião, a Argentina precisava vencer a partida por quatro gols de diferença para se classificar à final (se não conseguisse, o Brasil ficaria com a vaga). Os hermanos ganharam por 6 a 0 e os peruanos foram acusados de terem vendido o jogo.

O goleiro Quiroga, nascido na Argentina e naturalizado peruano, foi um dos mais contestados na época. Nada foi provado contra os peruanos. Na final, a Argentina bateu a Holanda por 3 a 1 e se sagrou pela primeira vez campeã mundial.

Com show de Nilmar, Brasil vence o Chile

Atacante marca três gols na vitória por 4 a 2

A vitória sobre o Chile foi a 11ª consecutiva da Seleção de Dunga (Crédito: Reuters)

A vitória sobre o Chile foi a 11ª consecutiva da Seleção de Dunga

A classificação conquistada no último sábado diante da Argentina e o desfalque por suspensão de quatro jogadores (Lúcio, Ramires, Kaká e Luis Fabiano) não diminuiu o ímpeto da Seleção Brasileira, que nesta quarta-feira derrotou o Chile por 4 a 2, no Estádio de Pituaçu, pela 16ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas. Autor de três gols, Nilmar foi o grande nome da partida e praticamente se garantiu no grupo que irá à Copa do Mundo da África do Sul.

Esta foi a 11ª vitória consecutiva do Brasil e a quinta nas Eliminatórias. Além disso, a Seleção de Dunga – que ainda não perdeu em 2009 – está invicta há 19 jogos, sendo 11 delas nesta competição.

Logo nos primeiros minutos, a Seleção ensaiou uma pressão para cima da frágil defesa adversária. Como resultado, uma falta não marcada sobre Júlio Baptista na entrada da área e uma cabeçada de Luisão tirada por um chileno em cima da linha. Mas a chuva que caía em Salvador esfriou o jogo no meio do primeiro tempo e o que se viu foi um festival de passes errados praticado pelas duas seleções.

Só mesmo um filho da terra para esquentar o jogo. Baiano de Juazeiro, Daniel Alves – surpreendentemente escalado de titular no meio, no lugar de Elano – cruzou aos 31 minutos uma ótima bola para a área e Nilmar, num carrinho aéreo, chegou antes de Adriano para abrir o placar. Pouco depois, o Imperador quase ampliou ao driblar o goleiro dentro da área. Ponce salvou em cima da linha.

Armado com três atacantes, o Chile conseguia sair para o jogo e ameaçava em bolas alçadas na área e em chutes da intermediária. Na melhor chance, aos 39, Fernández recebeu quase na pequena área e chutou em cima de Julio Cesar, que fez boa defesa.

Um minuto depois, numa falha clamorosa da defesa chilena, o Brasil chegou ao segundo gol. Ponce saiu errado, Nilmar roubou a bola e Daniel Alves tocou para Júlio Baptista, que ampliou.

Antes do intervalo, Sánchez não tomou conhecimento da marcação de André Santos na ponta direita, invadiu a área e acabou derrubado por Felipe Melo. Suazo cobrou bem o pênalti e descontou para o Chile.

A situação se complicou para a Seleção no início do segundo tempo, mais precisamente aos três minutos, quando Felipe Melo entrou de sola em Sánchez numa dividida e recebeu diretamente o cartão vermelho. Quatro minutos depois, Suazo aproveitou um cruzamento da esquerda e, livre na área, marcou seu segundo gol, empatando a partida.

Buscando alterar o panorama do jogo, Dunga fez as três substituições no meio da segunda etapa. Entre elas, promoveu a estreia do volante Sandro, do Internacional. Mas foi um jogador que já estava em campo que decidiu. Aos 28, Maicon cruzou de direita na cabeça de Nilmar, que não teve perdão. Dois minutos depois, o atacante marcou seu terceiro e decidiu a partida, aproveitando rebote de um chute de Maicon.

Ainda houve tempo para a expulsão de Sánchez, um dos destaques do time chileno, por reclamação, aos 32 minutos. O atacante já havia levado cartão amarelo.

Com a vitória, o Brasil ampliou para seis pontos (33 a 27) a sua vantagem para o próprio Chile, que caiu para o terceiro lugar. O segundo colocado agora é o Paraguai, que se classificou para a Copa ao derrotar a Argentina por 1 a 0 em Assunção. Os paraguaios têm 30 pontos.

FICHA TÉCNICA:

BRASIL 4 X 2 CHILE

Estádio: Pituaçu, Salvador (BA)
Data/hora: 9/9/2009 – 22h (de Brasília)
Árbitro: Jorge Larrionda (URU)
Auxiliares: Pablo Fandiño (URU) e Mauricio Espinosa (URU)
Renda/público: R$ 4.350.425,00 / 30.370 pagantes

Cartões amarelos: Jara, Sánchez (CHI).

Cartões vermelhos: Felipe Melo, 3’/2ºT (BRA); Sánchez, 32’/2ºT (CHI).

GOLS: Nilmar, 31’/1ºT (1-0); Júlio Baptista, 40’/1ºT (2-0); Suazo (pên.), 44’/1ºT (2-1); Suazo (pên.), 7’/2ºT (2-2); Nilmar, 28’/2ºT (3-2); Nilmar, 30’/2ºT (4-2).

BRASIL: Julio Cesar, Maicon, Miranda, Luisão e André Santos (Elano, 25’/2ºT); Gilberto Silva, Felipe Melo, Daniel Alves e Júlio Baptista (Sandro, 23’/2ºT); Nilmar e Adriano (Diego Tardelli, 23’/2ºT). Técnico: Dunga.

CHILE: Bravo, Medel, Jara, Ponce, Vidal (Cereceda, intervalo); Millar (Isla, 23’/2ºT), Carmona e Matías Fernández; Sánchez, Suazo (Valdivia, 23’/2ºT) e Beausejour. Técnico: Marcelo Bielsa.

Dunga convoca Hernanes para o lugar de Anderson, cortado

Divulgação/GLOBOESPORTE.COM

Hernanes foi convocado para o lugar de Anderson

O técnico Dunga anunciou nesta segunda-feira a convocação do volante Hernanes, do São Paulo, para as partidas contra Chile e Bolívia, nos dias 7 e 10 de setembro, válidas pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. Hernanes foi convocado para o lugar do também volante Anderson, do Manchester United, que se machucou e foi cortado. O volante são-paulino participou da conquista da medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim. Feliz, Hernanes admitiu que volta para tentar apagar da memória duas frustrações com a amarelinha.

– É sempre bom receber uma convocação, fico feliz claro. Ainda mais depois de duas recentes frustrações, pelas Olimpíadas e por não ter sido convocado na lista inicial. O interessante é que mais uma vez fui surpreendido, assim como nas outras convocações, mas não desprevenido – diz o jogador em entrevista ao site oficial do São Paulo.

Fonte: Globo Esporte